Resumo: O artigo analisa as principais práticas de cura, suas formas de transmissão e aprendizado em uma comunidade rural de Ibirité, Minas Gerais, entre 1940 e 1970. Discute os compartilhamentos e as tensões entre essas práticas e as prescrições realizadas em/por uma escola de formação de professores localizada no município. As principais fontes utilizadas foram depoimentos orais, documentos produzidos nos cursos, relatórios e legislação educacional. Foi possível identificar que a força dos saberes tradicionais estava pautada na crença que a comunidade tinha em relação a eles e em laços de solidariedade nos quais se apoiavam. A prática médica baseada na ciência teve de conviver, negociar e produzir sua legitimidade junto à população, em um jogo de forças, compartilhando e disputando espaços.
Abstract: This article analyzes main healing practices of a rural community in Ibirité, Minas Gerais, between 1940 and 1970, as well as how they are passed on and taught. There is also the discussion about the tensions between these practices and the prescriptions carried out by a teacher training program located in the municipality. The main sources used in the investigation were oral testimonies, documents produced in the courses, reports and educational legislation. The research identified that the strength of the traditional knowledge was based on community’s belief about them and in the bonds of solidarity on which they were based. Medical practice based on science had to live, negotiate and produce its legitimacy with the population, in a game of forces, sharing and disputing spaces.
Resumen El artículo analiza las principales prácticas curativas, sus formas de transmisión y aprendizaje en una comunidad rural de Ibirité, Minas Gerais, entre 1940 y 1970. Se discute el intercambio y las tensiones entre estas prácticas y las prescripciones realizadas en/por una escuela de formación de profesores ubicada en el municipio. Las principales fuentes utilizadas fueron testimonios orales, documentos producidos en los cursos, informes y legislación educativa. Se pudo identificar que la fuerza de los conocimientos tradicionales se basaba en la creencia que la comunidad tenía en relación con ellos y en los lazos de solidaridad en los que se basaban. La práctica médica basada en la ciencia tuvo que convivir, negociar y producir su legitimidad junto a la población, en un juego de fuerzas, compartiendo y disputando espacios.